LoRaWAN: a tecnologia que pode impulsionar a Internet das Coisas

O Estudo Nacional de IoT, coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e o BNDES prevê receita de até US$ 200 bilhões por ano no Brasil em IoT até 2025. As tecnologias que proporcionam o desenvolvimento da Internet das Coisas são cada vez mais diversificadas. Uma delas é a LoRaWAN, um protocolo de comunicação e arquitetura de sistema para rede que possibilita comunicação de longas distâncias com pouco consumo de energia e por meio de radiofrequência.

Com essa tecnologia, a comunicação é feita por meio de uma camada de rádio física, chamada LoRa, que tem três características que a tornam extremamente útil para dispositivos de internet das coisas: o baixo consumo da bateria, que pode ter uma vida útil de até 10 anos, já que os dispositivos podem ficar em estado de hibernação; o baixo custo; e o alcance de longa distância.

O LoRaWAN não é uma tecnologia que veio para substituir as soluções de comunicação atual, já que não pode ser utilizada para todo o tipo de conexão. Porém, em muitas situações, sua eficácia já foi comprovada.

Grande número de pessoas

Em 2017, a Orange Business implementou para o torneio de tênis de Roland Garros, diversas redes para 4G e conexão IoT. Neste último caso, foi utilizada a tecnologia LoRa, que serviu para melhorar a experiência dos torcedores. Sensores colocados em tapetes nas entradas das quadras possibilitaram aos organizadores entender o fluxo de visitantes em tempo real, número de pessoas em cada uma das 17 quadras e disponibilidade de assentos para acomodar as pessoas.

Localização de bens

Uma grande corporação norte-americana, cliente da Orange Business, implementou uma solução IoT com utilização de LoRa, conectada a uma rede LoRaWAN privada para que pudesse monitorar bens como empilhadeiras e caminhões dentro e fora dos seus mais de 5km de túneis, pelos quais faz transporte de materiais. A mesma empresa utilizou a solução para monitorar a localização de diversos objetos de arte localizados em sua maior planta, proporcionando mais segurança a esses bens com uma estrutura de comunicação de baixo custo e que utiliza sensores com bateria de vida longa.

Desastres naturais e monitoramento ambiental

Por trabalhar com grandes distâncias e informações bidirecionais, essa tecnologia é útil em situações de emergência. Como as baterias dos dispositivos não precisam ser substituídas com frequência, sensores podem ser instalados em áreas remotas de difícil acesso. Por exemplo, no caso de um tsunami ou enchente, se uma ponte provida desta tecnologia ficar submersa, sensores de pressão e umidade podem detectar a situação e transmitir as informações para uma central de monitoramento ambiental, que saberá o horário que ocorreu, intensidade dos estragos e ainda pode avisar à população sobre possíveis rotas de fuga alternativas.

Cidades inteligentes

Empresas focadas em produzir soluções que tornem as smart cities uma realidade se apoiam na LoRaWAN em atividades que vão desde o controle de iluminação pública até monitoramento ambiental, oferecendo relatórios de falhas de itens de infraestrutura da cidade, bem como informações pertinentes para mudanças e melhorias estruturais que beneficiem as cidades que adotarem a tecnologia.

Estradas e áreas de descanso

A VINCI Autoroutes, empresa responsável pela administração de mais de 4 mil km de estradas na França, realiza diversos controles com tecnologia LoRaWAN na área de serviços de uma das autovias que gerencia. A empresa utiliza sensores para medir a temperatura da estrada, saber quantas vagas de estacionamento estão livres, se há insumos sanitários disponíveis, se as lixeiras do local estão cheias e inclusive se existe algum consumo incomum de água e energia. Todas estas informações são transmitidas, por meio dos sistemas da Orange Business, para um posto de segurança com uma interface para visualizar e interpretar os dados.

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Residências

Não é apenas em grandes empresas, eventos e serviços públicos que a tecnologia LoRa pode estar presente. Há empresas que fabricam produtos domésticos apoiados em LoRa, incluindo localizadores de objetos, rastreadores de pessoas, sensores de movimento e outros produtos voltados à segurança doméstica.

Em um mundo em que milhões de objetos estarão conectados e transmitindo dados a todo instante, é importante pensar em alternativas para lidar com todo esse fluxo. Por isso, é natural que as redes LoRaWAN se tornem populares e ajudem empresas, instituições públicas e pessoas a melhorarem o uso da Internet das Coisas, o que revolucionará para sempre a forma como vivemos.

Leandro Laporta
Leandro Laporta

Leandro Laporta ingressou na Comunidade Climate Fresk há 2 anos e tem trabalhado com Sandra e Bertrand para disseminar essa iniciativa como facilitador nas Américas. Ele é um a peça - chave na América Latina, ajudando a criar um grupo de Facilitadores para workshops a serem realizados tanto em português quanto em espanhol. Tem como objetivo treinar a equipe da LAM e, acima de tudo, nos ajudará a alcançar nosso objetivo global de ter 60% dos funcionários da Orange Business capacitados até o final do ano.